Uso da Termografia Infravermelha em Caso de Envenenamento de uma Criança Picada por Bothrops Pubescens (Cope, 1870) no Uruguay

  • Sergio Andres Machado Hospital de Clínicas. Centro de Información y Asesoramiento Toxicológico. Unidad Académica de Toxicologia. Universidad de la República, Montevideo, Uruguai.
  • Maria Noel Tortorella Hospital de Clínicas. Centro de Información y Asesoramiento Toxicológico. Unidad Académica de Toxicologia. Universidad de la República, Montevideo, Uruguai.
  • Carlos Roberto de Medeiros Laboratório de Ecologia e Evolução do Instituto Butantan. Gerente Médico do Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Instituto da Criança do HCFMUSP, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.
  • Alba Negrin Hospital de Clínicas. Centro de Información y Asesoramiento Toxicológico. Unidad Académica de Toxicologia. Universidad de la República, Montevideo, Uruguai.

Resumo

Objetivo: Relatar um caso de uma criança picada por uma serpente Bothrops Pubescens (Yarará) no qual foram realizadas imagens infravermelhas para avaliar a clinica local, complicada por infecção secundária. Caso clinico: Paciente feminina, 5 anos de idade, foi atendida no serviço de saúde 2 horas após ter sofrido uma picada por serpente, em área rural do Uruguai, identificada como Bothrops Pubescens, na face interna do pé direito. Um torniquete foi realizado na altura do tornozelo por mais de 1 hora. No exame clinico inicial edema do pé, observa-se duas picadas separadas por 2 cm, sem sangramento ou equimose, tempo de coagulação 5 minutos. Inicia-se protocolo do Centro de Informação e Assessoramento Toxicológico (CIAT) com AINH , hidrocortisona , administração de antiveneno (SAO 8 amp BIOL liofilizado em 200cc SF em 30 min). Evoluindo com melhora clínica favorável e alta hospitalar no 16º dia após a picada. A paciente retorna de forma ambulatorial no dia 67 com recuperação total do tecido da área afetada pela picada. Método: As imagens termográficas foram obtidas de acordo com as recomendações internacionais. Com o uso de uma câmera FLIR C5®, foram traçadas Regiões de Interesse (ROI) a partir de referências anatômicas. A comparação entre as magnitudes térmicas observadas nas ROIs (DT média E/Bx) no membro afetado e suas correspondentes no membro contralateral. Realizou-se uma curva diárias dos valores DT média com as cifras de leucocitose. Resultados: Observou-se um aumento dos ΔT paralelamente ao aumento na contagem de leucócitos sanguíneos. No 4º dia após a picada, os parâmetros de inflamação evoluem com aumento de leucócitos 19.300 u/L, com valores de DT média E/Bx 3.7/3.1°C respectivamente. Entre o 4º e o 6° dia após a picada, as bolhas evoluem para conteúdo soro purulento. Nesta fase os valores de DT média E/Bx  alcançaram seu valores máximos de 5.2/3.6ºC respectivamente. No retorno ambulatorial no 67º dia DT média E/Bx 0.3/0.2ºC respetivamente. Conclusão: Pode-se concluir que a imagem infravermelha no Bed Side pode fornecer dados objetivos e propedêuticos que podem apoiar o diagnóstico, assim como o seguimento das picadas por serpentes peçonhentas na população pediátrica, para o monitoramento evolutivo de fenômenos locais. Para que se possa confirmar essa conclusão, um estudo prospectivo está sendo realizado e terá seus resultados publicados no futuro.


 

Publicado
Ago 8, 2023
Como Citar
MACHADO, Sergio Andres et al. Uso da Termografia Infravermelha em Caso de Envenenamento de uma Criança Picada por Bothrops Pubescens (Cope, 1870) no Uruguay. Pan American Journal of Medical Thermology, [S.l.], v. 10, p. 005, ago. 2023. ISSN 2358-4696. Disponível em: <https://www.abraterm.com.br/revista/index.php/PAJMT/article/view/119>. Acesso em: 27 abr. 2024. doi: http://dx.doi.org/10.18073/pajmt.2023.10.005.
Seção
Relato de Caso