Modulação da Dor na Síndrome Fibromiálgica: um Distúrbio Termorregulatório?

  • Marcos Leal Brioschi Co-coordenador Especialização em Termologia Clínica e Termografia,- FMUSP, São Paulo-SP, Brasil http://orcid.org/0000-0003-4822-8314
  • Lin Tchia Yeng Professora doutora, responsável pelo Grupo de Dor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HC-FMUP, São Paulo-SP, Brasil
  • Joaci Oliveira de Araujo Especialização em Termologia Clínica e Termografia, - FMUSP, São Paulo-SP, Brasil
  • Maristela Zoboli Pezzucchi Especialização em Termologia Clínica e Termografia, - FMUSP, São Paulo-SP, Brasil http://orcid.org/0000-0001-8628-6895
  • Manoel Jacobsen Teixeira Professor titular em Neurocirurgia, Responsável pelo Centro de Dor, Coordenador Especialização em Termologia Clínica e Termografia - HC-FMUSP, São Paulo-SP, Brasil

Resumo

Várias características da síndrome fibromiálgica (FM) sugerem alterações na atividade termorregulatória. Há uma sobreposição entre a termorregulação e a modulação nociceptiva que é consistente com os sintomas da síndrome. Diversos estudos que serão abordados nesta revisão descrevem aspectos comuns entre a regulação da dor e da temperatura que podem contribuir para a dor generalizada e persistente da FM. Foram evidenciadas diversas constatações na literatura que suportam esta ideia, como: a distribuição da gordura marrom (BAT) se assemelha a dos tender points; estresse e frio provocam hiperatividade simpática por estímulo de fibras C aferentes que inervam a BAT e os tecidos adjacentes e, estimulam a termogênese da BAT que agrava a hiperalgesia da FM, nas regiões correspondentes aos tender points; a atividade física atua de forma antagônica impedindo o recrutamento da BAT e alivia os sintomas; mulheres podem ser mais suscetíveis a FM, porque elas são menos capazes de iniciar a termogênese adaptativa do que os homens; a ativação da BAT tem uma ação vasoconstritiva periférica, mas aumenta a temperatura supraclavicular; a termografia infravermelha pode registrar a ativação da BAT na FM por meio do sinal do manto; teste de imersão das mãos ou pés em água a 20ºC avaliam a referida ativação. Embora não seja um diagnóstico definitivo, o fenômeno do manto juntamente com a vasoconstrição periférica podem apoiar o diagnóstico clínico e desempenhar função importante no seguimento dos pacientes com FM como marcadores da disfunção neurovegetativa presente nesta doença.

Publicado
Fev 26, 2015
Como Citar
BRIOSCHI, Marcos Leal et al. Modulação da Dor na Síndrome Fibromiálgica: um Distúrbio Termorregulatório?. Pan American Journal of Medical Thermology, [S.l.], v. 1, n. 2, p. 71-80, fev. 2015. ISSN 2358-4696. Disponível em: <http://www.abraterm.com.br/revista/index.php/PAJMT/article/view/15>. Acesso em: 28 abr. 2024. doi: http://dx.doi.org/10.18073/2358-4696/pajmt.v1n2p71-80.
Seção
Artigos